Post em homenagem ao meu filhote Eduardo, o ser mais falante da Terra.
Estávamos vindo para o inglês quando ele me perguntou do que eu tinha medo.
Estalo.
Cabecinha da Cher funcionando até exorcizar a maldita pergunta.
Do que eu tenho medo?
Primeiro coisas básicas. Perder alguém que amo, ficar para ou tetraplégica, não ter capacidade de me sustentar, e um medo de todas as mães do mundo: que meu filho use drogas.
Nenhum desses medos me deixa sem dormir à noite, acho que são só parte do nosso instinto de preservação. São medos que todos temos, em maior ou menor grau, e acabamos vivendo em função de evitá-los tanto quanto pudermos.
Tenho alguns outros medos que são mais pessoais. Por exemplo, morro de medo de ser torturada ou estuprada. Carrego esse medo comigo desde que li sobre o militarismo no Brasil, quando eu tinha uns 12 anos. Acho que ser privada de movimento, ser humilhada, se sentir desnuda e frágil. Coisas horríveis.
Tenho consciência de que sou uma pessoa sortuda, por que embora tenha havido algumas brigas homéricas entre minha mãe e eu, eu sempre soube que meus pais estavam lá para nós. Eu nunca tive a preocupação de ser abandonada, abusada ou espancada (levei umas boas cintadas assim mesmo).
Eu não tenho medo de morrer. Acho que nunca tive esse medo, mas tenho medo de sofrer uma morte dolorida, ficar dependendo de alguém para cuidar de mim em uma cama, sentir dores atrozes por anos. Tenho medo do câncer. A palavra com C, que é tão assustadora pra todo mundo.
Quanto ao resto, sou bem saudável. Não tenho medo de animais, embora não goste de ratos. Meu filho também não tem medo de bicho nenhum, e sempre que vamos a algum evento que exibe aquelas cobras píton, nós pegamos. O Eduardo é até mais corajoso que eu, já subiu até em elefante!
Não tenho medo de altura, nem de lugares fechados (embora prefira escadas a elevadores). Não tenho medo de fantasma, embora tenha tido uma crise paranóica lá pelos 10 anos, em que morria de medo do boneco Chuck e de alienígenas. Dormi mais de dois meses na cama da minha irmã e cheguei até a molhar a cama nessa época.
Mas tem uma coisa que me deixa apavorada.
Palhaços.
Sou Coulrofobica. Lembro exatamente como adquiri meu medo de palhaços.
Eu já tinha uns 8 anos, e um dia estava vendo uma chamada na TV falando de um grupo de homens que se vestiam de palhaços, atraiam e abusavam de crianças, em algum canto do Brasil. Vi só a maldita chamada. E nunca mais cheguei perto de um palhaço. Graças a Deus que palhaços não são coisas que vemos todos os dias!
Fui ao circo com meu pai quando tinha uns doze anos. Sentamos longe, lá no fim da arquibancada, e embora eu não tenha dito nada na época (meus irmãos menores iriam rir de mim forever), meu coração ficou disparado e aterrorizado enquanto via os palhaços. Sentia que a qualquer momento um dele iria se aproximar de mim, sei lá, me levar embora e fazer coisas horríveis comigo. Por isso sempre são as outras pessoas que levam meu filho no circo. Não tenho medo de qualquer pessoa com a cara pintada de palhaço. Os palhaços de que realmente tenho medo são aqueles tradicionais, com perucas coloridas e macacões. Tipo, quem quer comer um hambúrguer de uma rede que tem isso como garoto propaganda?
É uma coisa horrível até de olhar. É uma pessoa vestida com roupas e sapatos largos, rosto pintado e peruca. Se ele fizer mal pra alguém, como vão descobrir quem ele é?
Acho que por isso mesmo, a primeira imagem que adotei no layout do meu blog foi o famoso e assustador Pennywise, o palhaço, monstro, assassino e wendigo de IT, do Stephen King. Pennywise, ou Bob Gray, aparecia transmutado no monstro que a criança mais odiava e tinha medo. Foi o lobisomem, o tubarão, a múmia, um olho gigante, mas TODAS as crianças o viram como palhaço. Ele carregava balões, andava pelos esgotos e dizia que lá embaixo, as coisas “flutuavam”...
Coisa pavorosa! |
Gente, olha o que eu achei pesquisando o assunto! Foi isso que acabou com minhas tardes festivas no circo: http://lendasurbanas.br.tripod.com/lendasurbanas/id18.html!
Não posso esquecer do clássico Killer Klowns From Outer Space. Essa capa:
...ficava me encarando quando eu fechava a locadora em que trabalhei. Detalhe: o lugar funcionava até meia-noite.
A série Supernatural exibiu um episódio sobre um palhaço fantasma. Everybody loves a clown. Great Joke! Segundo episódio da segunda temporada. Eu assisti!! Com o Eduardo deitado na minha cama comigo. Pelo menos ele é mais corajoso que eu.
Olha essa droga:
Enfim, amigos. Podem tirar sarro à vontade. Meu estômago ainda está doendo. Podem fazer piadinhas. Só não me preguem peças. Ok?
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