quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Por que eu escrevo?


Tenho escrito bastante, sobre várias coisas diferentes, meus pensamentos e sentimentos e algumas coisas que eu nem percebia antes.  Meu amigo Mário chamou isso de catarse, no último email que trocamos.
Pode ser. Talvez eu esteja me expressando através das letras, ao invés de sair por ai falando, como é costume maior pra mim. Talvez o que eu precisasse nesse tempo todo em que estive quase inativa com meus escritos, fosse justamente voltar a sentir que existe um propósito por trás deles.
Então eu perguntei o porquê de escrevermos, principalmente na internet. Pra quem estou escrevendo? Qual é o objetivo dessa catarse?
Se eu quisesse escrever só para mim, poderia fazê-lo em um diário, arquivar os textos, deixá-los em uma pastinha discreta. Se estou escrevendo para alguém, pra quem? Uma pessoa só, um público, um alvo?
Bem, cheguei à conclusão de que os textos do blog são diferentes um do outro. A intenção é diferente na publicação de cada um deles. Alguns são apenas desabafos que publico para tentar ser corajosa. Foi um desses textos que “incomodou” e “mexeu” com algumas pessoas. Foi uma pirraça, um pensamento aleatório que ganhou corpo em um texto e que a partir do momento em que foi publicado, deixou de ser um texto para se tornar parte de mim e dos que o leram. Escrever sobre assuntos espinhosos é sempre difícil pra mim, por que meus pensamentos vão se tornando cada vez mais profundos e fortes. Como no momento só minha opinião que conta, esse tipo de texto também se torna fraco, por que ele não pode ser argumentado na hora. É mais ou menos como fazer um discurso, e eu sempre prefiro o debate.
Outros textos, escrevo com algum objetivo em mente. São dois ou três em todo o blog, mas cada um deles teve um por que de estar lá naquele momento. Talvez o primeiro deles tenha sido o “Eu quero” que escrevi em um dia muito louco, em que estava com vontade de sumir no mundo e cair na vida, sem levar nada ou dar satisfação para ninguém. Algumas pessoas choram diante de dias assim, outras tomam um porre, eu eternizei com uma página escrita. É um texto que li vezes sem conta, quando precisei me focar e entender que a vida que eu tinha era a que eu precisava aceitar.
E de um momento para outro, escrever me fez perceber que não, eu não tinha que aceitar as coisas que eu não queria mais, ou que não me faziam bem. Então eu posso dizer que meus textos também me fizeram crescer e amadurecer. Até dois meses atrás duas coisas me incomodavam muito. Uma eu consegui mudar, e a outra (não tão fácil) estou me empenhando o máximo para ser a próxima da minha lista. O engraçado é que essas coisas já faziam parte da minha lista de reclamação há muito tempo, mas se acomodar com certas situações pode ser um veneno para uma vida feliz e realizada.
Eu reflito escrevendo, mesmo que muitas vezes eu nem diga nada. Fazer meus pensamentos tomarem uma forma na tela do PC me faz crescer.
Eu sou uma pessoa caótica. Minha mesa no trabalho é organizada, mas minhas gavetas são uma bagunça. Meus arquivos no computador estão todos espalhados por todos os lados e eu sou capaz de fazer 10 coisas de uma vez só. Se minha vida concreta pode ser uma loucura assim, minha cabeça é mil vezes pior.
Eu penso. Essa coisa de “penso, logo existo” é uma asneira. Eu penso, logo quero pensar pelos outros, adivinhar sentimentos e intenções. Eu penso e vou tentando traçar perfis e personalidades. Eu penso demais. E escrever me faz frear isso. Escrever me faz pensar mais devagar e a partir daí, pensar no que realmente importa. Eu tenho que saber o que os outros estão pensando? Não, Cher!
Meus amigos sempre me dizem para não me preocupar com o que eu não posso mudar. Eles sempre estão aqui quando eu preciso, mas eu nunca consegui fazer isso, até começar minha catarse.
Escrever me cura de minhas neuroses, me faz colocar minhas ideias, pensamentos, desejos em ordem. Ser lida às vezes é a única maneira que encontro de dizer algumas coisas que sinto. Então, leitor, se em algum momento você achar que aquela frase especifica foi para você, pode ser que você esteja certo.
Também existem os textos divertidos, aquelas coisas que escrevo para que todos saibam onde procurar alguma coisa diferente para fazer. Sou uma grande incentivadora da leitura, em todos os lugares. Empresto meus livros pra todo mundo, quando vejo um adolescente em uma livraria ou biblioteca, escolhendo algo para levar, eu sempre vou dar uma dica. Quando os alunos da minha escola chegam com um livro debaixo do braço, sempre pergunto o que é e o que estão achando. Sinto que ganhei o dia quando um dos alunos senta na minha sala e começa compartilhar uma história comigo, por que todos me reconhecem como leitora. E agora como escritora. Todos os dias alguém vem com as palavrinhas: “Cher, li seu blog”.
O motivo de ter criado o blog foi para poder passar adiante minhas sensações ao pegar um livro nas mãos. De poder dar dicas de coisas legais da TV. Para mostrar onde achar coisas interessantes para as horas de lazer. E agora o blog me ajuda a passar por esse momento de catarse, de mudança, de amadurecimento.
Neste mês de agosto o blog virou meu novo queridinho. Não meu único queridinho. Espero que quem me conhece esteja testemunhando boas mudanças em mim (às vezes eu tenho medo de não estar realmente mudando) através dos meus escritos, afinal, alguns dos meus leitores nem estão tão próximos fisicamente. Espero que as pessoas que eu estou conhecendo melhor agora, e entre elas uma em especial (eis uma frase com alvo certo) consigam me entender melhor através do que eu publico aqui. E desejo, do fundo do coração, que tudo de bom que eu estou querendo aconteça, por que eu mereço.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Teoria da Conspiração e risadas


Voltando ao normal do blog, vamos falar sobre coisas inúteis que divertem a gente.
Seriados.
Estou assistindo tantos seriados que vou ter que fazer uma tabela. =p
Neste ultimo mês descobri dois e fui apresentada a mais um.
Meu amigo Edson chegou com um papo de que estava assistindo uma série bacana, sobre teoria da conspiração (assunto que eu quase não gosto) e me ofereceu um pen drive (o negócio de flores está mesmo ultrapassado). A série é Warehouse 13.

Premissa: o governo dos EUA mantém um top secret depósito no meio da Dakota do Sul onde são guardados  todos os artefatos mágicos em que os agentes do depsito conseguem colocar as mãos. Já vimos bombas de implosão, um casaco indígena que permitia passar através das paredes e uma poltrona que pertenceu a um hipnotizador e ativava os desejos subconscientes das pessoas. Gostei da ideia, mas muitas coisas me diziam para não assistir ao seriado. A primeira é a emissora que o veicula. Não gosto das produções da SyFy. São chatas. De baixo orçamento, com atores ruins, histórias fracas e efeitos cretinos. Pelo menos eles não tentam ser pretensiosos, e acho que até assumem isso. A SyFy se designa um canal nerd e age como o público acha que os nerds devem agir.  Outro motivo que me deixou cabreira foi a produção de ficção científica atual. Entre 4400, V, Falling Skies, Heroes e companhia, a única coisa que parece realmente estar funcionando é Fringe. O restou foi uma droga (embora eu tenha uma paixão secreta por V, que foi cancelada #TODOSCHORA).
Mas eu prometi pro meu amigo querido que eu ia assistir e o fiz. Adorei.
A série continua sendo uma produção da SyFy, com todos os elogios acima, mas diferente de outras (como a novíssima e boring Alphas) ela tem uma coisa que salva todas as furadas: atores muito bons. Bom, pelo menos para os parâmetros de uma ficção cientifica. A série é bem humorada, e tem alguns personagens bacanas, como os agentes Myka e Pete,  que formam uma parceria nada usual. Ela é certinha e séria, ele tem sexto sentido e adora cookies. Algumas cenas entre os dois entram no ranking das mais engraçadas e se você tiver a oportunidade, vale a pena (não achei nenhum vídeo bacana no youtube)...
Além dos agentes (serviço secreto, não FBI) temos o administrador/cientista maluco no depósito. Artie. O homem é um tanto quanto avesso à tecnologia, gosta de guardar segredos e é uma extensão do depósito. Além deles temos personagens menos relevantes e interessantes, pelo menos por enquanto. Ainda estou assistindo a primeira temporada, mas o seriado está indo para a terceira.
Mais uma coisa bacana em WH13 é que a maioria das situações apresentadas tem algum fundo histórico.  Não sei até onde os fatos podem ser confirmados, já que muitas coisas bobas são misturadas aos nomes científicos, mas eu aprendi que a ilha de Manhattan foi vendida aos holandeses pelos índios, por 24 dólares. 
Recomendo Warehouse 13 para os dias de tédio, e para passar 40 minutos leves e divertidos.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Somente Macacos


O sofrimento trás crescimento e a cegueira temporária, uma maneira melhor de ver a vida.
Às vezes somos tão resistentes às mudanças, que acabamos vivendo aquela situação infeliz por tanto tempo que depois não conseguimos mais sair daquilo. O medo de mudar de emprego, cidade, curso na faculdade. O medo de comprar uma coisa que sai um pouco do orçamento, de fazer uma viagem que pode mudar nossa perspectiva sobre as coisas.
Quero deixar de pensar na “Vida como ela é” a La Nelson Rodrigues e pensar na vida como eu quero que ela seja. E a minha decisão de viver assim me fez perceber que a visão que eu tinha sobre tudo estava condicionada a não me fazer me sentir desconfortável.
E eu passei a pensar mais longe.
Todo mundo sabe que minha mente é hiperativa. Eu suprimi isso por muitos anos, e agora só quero dar vazão ao que penso, analisar as coisas de uma maneira livre e, que se dane quem não concordar com que eu vou dizer, afinal, eu posso mudar de opinião amanhã. Deixei de ter receio de dizer, de pensar e de publicar, e amém pra quem ler.
Mas também não quero fazer do blog um diário virtual, afinal, sou entediante. Então quero falar de uma música que ouço faz tempo, mas que pra mim tomou um significado muito diferente nessas últimas semanas. Vocês podem encontrar a letra aqui, vou escrever só sobre algumas estrofes e o vídeo está lá embaixo. A música é Pretend That You're Alone, do Keane e fala sobre as nossas neuras sociológicas.
A letra deixa clara a importância que nós, seres humanos, damos a nós mesmos. Qual é a diferença entre nós e os outros animais, já que se chegamos ao ponto em que chegamos, temos uma sociedade “tecnológica” foi só o instinto de sobrevivência que nos fez isso? (We are just the monkeys, who fell out of the trees/Somos só macacos que descemos das árvores).
A verdade é que o ser humano é um produto evolutivo. Viemos dos covardes, que fugiam dos perigos e sobreviveram. Viemos dos assassinos que mataram para se proteger e tiveram descendentes. Viemos dos fracos, que não lutaram nas guerras, mas tiveram filhos.
Somos seres egoístas, orgulhosos de nós mesmos e com tantas falhas de caráter que não sobreviveríamos sãos de uma análise fria e profunda.
Eu sou do tipo que dou tanta importância aos meus problemas que eclipso os problemas dos outros, até o momento em que paro e penso que ainda tenho muitas coisas pelas quais posso dar graças. Mas esse meu egoísmo não vem de mim, vem de quem nós somos. Eu sou só mais um ser humano torto, que se acha especial. (And love is just our way of looking out for ourselves/ Amar é uma maneira de cuidarmos de nós mesmos).
Dou uma importância imensa ao amor. Frequentemente falo que amar alguém além de nós mesmos é a única maneira de evoluirmos como pessoas. Você poder se doar para alguém que não tinha nenhum vínculo anterior contigo. O ser humano pode fazer conexões. Minha visão disso não mudou, mas em dias cínicos como o de hoje, penso se isso é realmente é verdade. Amamos por que queremos nos dar para alguém ou queremos alguém que esteja lá por nós. Alguém que nos seja “exclusivo”, alguém que funcione como mais um membro do nosso corpo. Falava com um amigo sobre o egoísmo do começo dos relacionamentos. Ou você não quer ficar sozinho, ou sente tesão, ou quer ser visto com alguém, ou perceber que alguém te admira e manter essa pessoa por perto. Acreditar em amor à primeira vista seria a única maneira de me fazer imaginar o começo de um relacionamento como algo não egoísta. Infelizmente, não chego a ser romântica a esse ponto.

I wonder what I'd do, if I could wake up every morning
With a clean slate
I'd burn through the cities, I'd tear through the towns
Cos there's no deals to make


Então chegamos a nós, crus. A tábua rasa. A clean slate.
Lembro daquela música que perguntava “O que você faria se só te restasse um dia/ se o mundo fosse se acabar, me diga o que você faria?”
O que você faria?
Se você pudesse se despir de todas as convenções sociais, fazer o que quisesse. O que você faria? Quem você seria?
Você seria satisfeito. Feliz. Despido de qualquer trava.
Não viveria muito, claro. O mundo seria um mar de sangue, sexo e assassinato. Mas o mundo já é assim. Por mais que pensemos que estamos seguros, nem dentro de casa podemos dormir sem um olho aberto, por que meu amigo, você não conhece ninguém. Você não se conhece. Amanhã alguma coisa pode explodir em sua cabeça e você pode ter seu dia de fúria, espancar sua mulher, brigar com alguém no trânsito e ir para a cadeia, dar um soco no seu professor ou trair seu marido por que ele não levou leite pra casa.



Pretend that you're alone now
And everything's gone
Just animal reflex
There's no one looking on
Forget about religion
Forget about shame
Pretend that you're alone now

Imagine um dia que você pode sair na rua e ninguém vai perceber o que você está fazendo. Ou melhor, finja que você tem um super poder. Você faria algo de bom?
Tente esquecer Deus, tente não pensar no que os outros pensam de você. Imagine que você é só instinto, o que você faria?
A única maneira de sobrevivermos é fingir que somos o que achamos que somos. A única maneira de vivermos é nos sentirmos úteis, traçarmos objetivos, vivermos para algo ou alguém. O egoísmo, tão natural e instintivo, é visto com algo rum e pode destruir uma pessoa, por que alguém egoísta nunca pode ser feliz em uma sociedade como a nossa, onde somos forçados a viver para os outros. Você vai ser julgado, condenado e apartado das outras pessoas. Você vai ser sozinho e se sentir sozinho, por que seu egoísmo não vai funcionar se ninguém te ouvir ou se importar com você. Então você vai esconder quem você é e viver de acordo com as regras que não são suas e um dia, amigo, você vai explodir, perder tudo e ainda achar que é infeliz. Mas não, você não é infeliz, você só está refletindo a opinião de uma nuvem chamada sociedade, que acha que se todos forem iguais, e tiverem as mesmas intenções, o mundo vai ser um lugar melhor.
Não, o mundo não vai ser melhor.
So, pretend that you’re alone now...what will you do?

We cling to all our lives
Cos we are just the monkeys, who fell out of the trees
When we were trying to fly




sábado, 27 de agosto de 2011

A música e eu


Na descrição do blog falo sobre o universo literário/televisivo e musical pop, mas francamente, nunca escrevi sobre música aqui.
O fato é que não sou uma pessoa auditiva. Músicas, para mim, são como memórias olfativas. Cada uma que eu gosto tem um motivo todo especial de ser.
Posso gostar ou odiar uma música pelo que ela representou na minha vida. E sou eclética.
Como sempre convivi com pessoas musicais, alguns músicos inclusive, aprendi a gostar de várias coisas.
A primeira coisa sobre meu eu musical é que amo jazz. O saxofone produz um som que dói na alma, e eu sou uma pessoa melancólica o suficiente para adorar um bom som de sax. Também amo música clássica. A música clássica tem uma qualidade de mexer com nosso físico...consigo sentir os acordes na corrente sanguínea. Mas mesmo assim não sou muito de ouvir, principalmente porque sou super fã do silêncio.
Mas, já que resolvi falar um pouquinho, devo dizer que minha primeira influência musical veio da minha mãe. Desculpa, gente, mas eu amo ABBA, Village People, Elton John e todas essas coisas old que minha mãe me passou. Também tenho um amor secreto e pouco admitido pela dupla sertaneja Christian e Ralf, me perdoem, mas isso veio praticamente do berço. Sei cantar todas as músicas deles produzidas até o meio de ’90. Sou linda?
Bom, músicas me trazem sensações.
Por que eu amo Bon Jovi? A banda apareceu na minha vida lá pela sétima série, e junto com ela minha primeira amizade adolescente de verdade, com amigas que compartilhavam tudo, que iam na casa uma da outra e podiam falar dos problemas familiares sem se sentir constrangida. Nessas reuniões, ouvíamos Bon Jovi. Sempre tive uma quedinha pelo Sambora, ainda usávamos fita cassete e tudo era lindo e colorido. Sofríamos por amor, mas tínhamos umas as outras. Se amo Bon Jovi hoje dedico isso a duas amigas que não vejo faz anos, mas estão no meu coração FOREVER: Sílvia e Thais. A gente chorava assistindo milhares de vezes seguidas o clipe de Always.
Adoro Guns’n’Roses. Essa paixão veio de um namorado. Foi uma das pessoas musicais que passaram pela minha vida. Welcome to the Jungle também foi o que me despertou o primeiro interesse pelo inglês. Ouvir isso hoje me traz uma pontinha de nostalgia de quem eu era naquela época. Apaixonadinha, bobinha e felizinha. (nota: me sinto muito melhor sem os “inha” na minha vida). Sem esquecer nunca daquela boca gostosa do Slash, pai do céu!
Tenho um amigo querido, maravilhoso, que é baixista (e futuro psicólogo) que trouxe coisas pra dentro da minha vida que eu nem sabia que existiam em mim. O Lucas foi a pessoa que me fez perceber que eu podia fazer o que quisesse sem depender de mais ninguém. E esse é meu sentimento ao ouvir Paralamas do Sucesso. Sempre eram os Paralamas no carro enquanto a gente bebia e eu falava (até hoje ele me diz que eu falo pra caralho).
Raul Seixas. Minha mãe sempre ouviu Raul, eu por tabela. Mas o negócio tem um significado pra mim por que uma vez eu fiquei brincando com o meu melhor amigo – Wagner querido  - sobre que música combinava com cada um de nós. Não lembro qual era a minha, mas a dele era uma do Raul não lembro o nome, mas o trecho era “Não sei onde eu tô indo, mas sei que tô no meu caminho”. Ouvir Raul me faz sentir liberdade. Acho que pela aura do cantor mesmo. (ainda não me perdôo pela participação do Paulo Coelho nisso, masss...).
Amo Keane. Isso veio nos últimos anos, com o último namoro. O namoro acabou e o Keane ficou. Lembro que a primeira vez que ouvi Keane estava indo para outra cidade, aquela estrada aberta, o céu azul, o mundo infinito. Eu me sentia pequena (sentimento oceânico do Freud?) e Keane me passa humildade. Cara, eu não sou nada. Existem quase sete bilhões de pessoas por aí...eu sou especial? Eu sei que sou para algumas pessoas, mas no final das contas, eu não sou nada. Estou ouvindo Keane agora, não esperem muitos surtos de humildade da minha pessoa.
Aí tem Maná. Essa banda eu aprendi amar por mim mesma. Foi uma fase boa da minha vida, em que as coisas começaram acontecer muito rápido, entrando na faculdade, aprendendo outra língua, conhecendo pessoas novas e fofas que agora eu amo! Maná me ajudou com meu espanhol, me interessei pela cultura da América Latina e me distraiu muitas vezes. En El Muelle de San Blás é genial! Eres mi religion perfeita.
Também curto Creed, Nickelback, adoro Cake (beijo aqui para a Lari, que sempre lembra de mim quando ouve Cake e posta recadinhos no Twitter) , Queen (quem não gosta de Queen, senhor?), Red Hot.
E tenho meus pecados, se os acima não são o suficiente. Gosto de Train, Macfly, Back Street Boys...
Como eu disse, música pra mim são memórias. O legal é que sempre existem algumas memórias sendo construídas. Algumas músicas sendo escrita, e outras antigas ganhando significado todo novo. 
Posso falar de uma banda ou outra aqui vez por outra, mas esse post é basicamente o que sei de música. Nem 1% do que sei de livros, séries, a vida, o universo e tudo mais... =]
Escrevi esse post ontem na hora do almoço, e de tarde conversei com um amigo virtual de anos, o Cristian Valverde, que me apresentou outra banda, que estou ouvindo agora. Mt. Desolation. Adorando...e posto um vídeo deles aqui para finalizar

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Marcos Rey, meu amigo de infância


Acho que ultimamente esse blog tem se tornado mais pessoal.
Isso é legal, afinal são as minhas opiniões que vão aqui, então...
Estava voltando do trabalho e pensando em todos os livros que eu li. Tenho um pequeno arquivo disso aqui , mas no Skoob não estão os livros de banca de jornal, a maioria dos que li na infância e adolescência e mitos que não achei cadastrados. Não li só 500 livros. Acho que li pelo menos o triplo, mas alguns ficaram na minha memória e estarão comigo para sempre e é de um autor que fez isso por mim que quero falar hoje.
Mas para que eu fale dele, tenho que falar um pouquinho da minha pré-adolescência.
Bom, eu sempre gostei de livros. Mesmo meus pais sendo pessoas humildes, sempre tinham um livro ou uma revista num canto para ler quando nós- os três filhos pestes- davam sossego. Lembro muito do meu pai lendo Harold Robbins, minha mãe Sidney Sheldon.
Então eu nunca reclamei quando tinha que ler algo para a escola, minha mãe sempre me ajudava e eu sempre fui boa em interpretação. Mas não era uma leitora voraz até que meus pais se separaram. Eu nunca vou dizer que isso foi traumatizante pra mim, mas nessas minhas caminhadas (caminhar e fazer academia te deixam com tempo demais pra pensar) percebi que comecei ler pra valer quando meus pais se separaram. Comecei pegar minha carteirinha da biblioteca e retirar três ou quatro livros por semana, às vezes duas vezes na mesma semana, e passava todo o meu tempo livre sentada em um barranco que tinha em frente de casa, lendo.
E eis que chego ao autor de quem eu queria falar, e que eu amo de paixão: Marcos Rey.
Minha irmã tinha uma amiga invisível quando era pequena, e eu tinha marcos Rey.
Edmundo Donato adotou o pseudônimo Marcos Rey, segundo ele, porque quando era pequeno queria ser rei.  Foi colunista da Veja, tradutor e (chique demais) escritor de pornochanchadas!
Mas o que eu amava no Marcos Rey eram os livros da coleção Vagalume. Ele escreveu vários livros para a coleção (aliás, li a coleção toda), mas os meus preferidos eram os que contavam as aventuras de Léo, Gino e Ângela. Léo era o menino trabalhador, Ângela a menina rica e Gino o gênio cadeirante. Eles moravam no Bixiga (eu até hoje sou encantada com o bairro) e combatiam criminosos!
O primeiro livro que li dele foi O Mistério do Cinco Estrelas. No Emperor Park Hotel Léo encontra o corpo de um estrangeiro e tem que descobrir com a ajuda dos amigos quem é o assassino.
Depois dessa aventura ainda vieram O rapto do Garoto de Ouro, Um cadáver ouve rádio e Um rosto no computador todos com a mesma turma. São livros divertidos, leves, mas com uma pontinha de sangue.
Quem quiser uma lista completa dos livros do Homem, acesse a Wiki e divirta-se.
Mas os infantis não foram os únicos livros de Marcos Rey que li. O romance que mais gostei dele (e um dos meus preferidos de todos os que li) é Café na cama. Conta a historia de uma moça em três partes. Quando ela é uma vendedora de loja assediada pelo patrão. Quando se torna prostituta e depois, apresentadora de TV. Gosto do livro por que ele é forte em muitos aspectos. A narrativa é ótima e profunda, você é capaz de entender todas as decisões de uma moça que sai da vida dura para se tornar garota de programa. O livro é genial!
Há também Memórias de um Gigolô, sobre um menino que é criado em um puteiro e depois de torna produto do seu meio. Poxa, quero fazer uma análise sociológica sobre esses dois livros um dia!
Há outras boas histórias, como A arca dos Marechais e Malditos paulistas. Enfim, uma infinidade de boa literatura em um autor brasileiro.
Agradeço ao Marcos Rey por ter sido meu amigo de infância e penso que um dia poderei fazer o mesmo por outras pessoas. Preencher um espacinho vazio dentro delas com meus escritos.
Em tempo: Marcos Rey morreu em 1999 e suas cinzas foram espalhadas de helicóptero por São Paulo. Fim digno de um grande contribuinte para a cultura da metrópole.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Super 8


Infância retratada em novo filme se Abrams
Domingo assisti ao novo filme de Steven Spierberg e JJ Abrams.
Confesso, ando meio decepcionada com as minhas próprias expectativas com novas produções. Posso falar com clareza disso depois de assistir Falling Skies, dar graças ao meu bom Deus pela first season ter acabado e desejar, por tudo que há de sagrado, resistir à segunda, já que a primeira foi uma tortura em 10 atos.
Masssssssss, Super 8.
Quem acompanha isso aqui sabe que eu sou a fã numero 1 de Stephen King. Esses dias sonhei que estava participando de uma coletiva, em que ele era o entrevistado, e a primeira pergunta era minha!!!! Nem lembro o que perguntei, mas foi emocionante.
Bom, falo do King, antes de falar de Super 8 por que se há uma coisa que SK fez com maestria, em que ele foi lindo, foi em retratar a convivência e amizade entre crianças.
Vide IT. 
Li IT umas três vezes, é um puta livro longo, mas que mostra como as pessoas podem se unir em uma situação difícil para fugir de outra mais difícil ainda. No caso de IT as crianças enfrentam um monstro para poder fugir dos problemas que tem em casa. Isso me fez perceber que todos temos nossos problemas e que a melhor coisa pra isso é a amizade. E nada mais puro que amizade entre crianças.
Bom, quem quiser saber mais sobre IT, esperem um post detalhado.
Essa não é a única obra do mestre do terror a tratar de amizade infantil. Não vou falar de todas, tem um post sobre o King aqui, mas existe um livro, depois transformado em filme em que King narrou a historia de um grupo de amigos que saem um dia em uma caçada por um corpo atropelado na linha do trem. Alguém aí já viu/leu “Conta Comigo” (Stand by me)? É uma história maravilhosa do livro Quatro Estações.
Enfim, esse tipo de história me lembra minha infância, e Super 8 faz isso tão bem quanto o fez “Goonies”. É a história sobre amigos que querem fazer um filme de zumbis. Um dos garotos perdeu a mãe, o outro tem milhares de irmãos, um é piromaníaco, o outro é uma porta de tão burro e como filme do Steven Spielberg, não pode faltar uma garota Fanning, no caso Elle, a Irmã mais nova e com olhos menores que Dakota.
O filme tem alienígenas, experimentos militares, descarrilamento de trens e dramas familiares, não necessariamente nessa ordem. E tem uma coisa melhor: entrosamento.
Os diálogos das personagens são simplesmente geniais. São briguinhas bobas de crianças que me fizeram rir. São expressões infantis que causam nostalgia e tem um rapazinho que chama todo mundo de “pussy”, o que eu achei mais do que hilário.
Esse filme é uma homenagem à obra se Spielberg, I guess. Retrata muito de Contatos Imediatos e Goonies...
Goonies: Best scene ever

São quase duas horas de filme que fazem por nós - dos anos 80 - um milagre: reviver um dia de vagabundisse na frente da TV assistindo Sessão da Tarde. Voltei à infância por duas horas e adorei cada minuto.
Em tempo, Super 8 é o modelo da câmera que as crianças usam para fazer seu filme sobre zumbis, que é apresentado nos créditos e totaly worth.
Em tempo 2...acabei de perceber que o pai do personagem principal é o Gary do Early Edition (abafa)

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Sobre a "Autora"


Bom, tudo no blog é sobre mim, mas entendi que falta intimidade quando escrevo.
Resolvi escrever sobre mim e minha mente começou divagar. Porra, quem sou eu?
First thing about me...adoro livros. Acho que é assim que eu sempre me apresento, como as pessoas me vêem. Eu sou uma pessoa de livros.  Gosto do cheiro, do jeito como eles ficam enfileirados nas prateleiras, da maneira como eles tomam vida e cortam nossos dedos quando são novos, ou nos dão alergia quando são velhos.
Adoro abrir um livro e viver uma história que nunca seria a minha. Sou fã dos autores que conseguem nos fazer se apaixonar por certos personagens, torcer em certas situações.
Além dos livros, adoro a cozinha de casa. Cozinhar é uma paixão, mas não cozinhar por obrigação. Planejar um cardápio de domingo para os amigos, executá-lo, ver as pessoas apreciando... é o máximo. É uma coisa que não faço muito, principalmente porque sou uma pecadora e meu pecado preferido é a preguiça, mas amo cozinhar.
Como mãe, não tenho muita coisa a dizer. Não me acho a melhor mãe do mundo, não sei nunca onde estou errando ou acertando, mas acho meu filho foda. O Eduardo é bonito, inteligente, tem espírito de liderança e puxou pra mamãe nisso e na chatice generalizada.
Nunca foi muito fã de animais até ter o meu cachorro. Meu cão me fez perceber quantos outros existem no mundo, e me faz pensar que nós, seres humanos, somos bobos e cruéis. Todos os dias sonho em ter novos filhotinhos em casa, que vão me dar tanta alegria quanto meu Wilson, e ai lembro da dor de cabeça, sapatos e livros roídos e me lembro que eu não posso me dar o luxo de entrar em uma situação que não posso controlar.
Adoro vinho. Tomar uma taça de vinho sozinha em casa me dá a sensação de que não preciso de ninguém no mundo.
Às vezes (a maioria delas) me sinto como se ainda fosse uma adolescente. Minhas responsabilidades não me pesam. Faço o que tenho que fazer sem culpa ou arrependimento do que passou ou medo do que vai vir.
Sinto sempre que vou receber uma grande mudança na minha vida, e me sinto especial.
Me acho engraçada e feliz. Às vezes eu sei que isso não é verdade, que nem sempre podemos agradar todos, nem nós mesmos, mas mano, eu tento.
Adoro trabalhar, principalmente quando eu posso fazer algo de novo no meu dia. Adoro inventar, pegar no pé de todo mundo até as coisas ficarem do jeito que eu quero, e amo saber que as pessoas me admiram por isso.
Odeio fazer compra sozinha. Ir ao mercado sem um homem é pra mim uma admissão de derrota. Ter quem guardar as compras depois é pior ainda. Acho que é a única coisa que me faz me sentir uma verdadeira fracassada no quesito romance. O restou eu consigo superar.
Não gosto de experimentar roupas em lojas, me irrita. Se eu pudesse levava tudo pra casa, mas como não é possível, sempre que vou comprar uma calça nova, chamo uma vendedora pra dar palpite, e elas às vezes são bem cruéis.
Me sinto gorda 50% do tempo e idiota porque sei que não sou, nos outros 50. Tem dias em que acordo me achando feia, e isso acaba com minha auto-estima por um bom tempo. Tem dias que acordo, me olho no espelho e penso: Porra, eu não podia ser mais gostosa.
Aprendi me vestir-maquiar-arrumar depois de burra velha. Nunca dei importância a isso até começar trabalhar com um bando de meninas frescas (que eu amo!!). Hoje sou quase tão fresca quanto elas.
Ganhar o dia pra mim é quando alguém olha pro meu filho e pergunta se é meu irmãozinho (isso acontece muito, graças a Deus). Me sinto infinitamente mais jovem que os meus quase trinta.
Sou feliz.
Tenho problemas de grana, com familiares e de relacionamento, mas não deixo nada me derrubar mais do que cinco minutos por dia. Nem vale a pena.
Sou chorona. Se você conhece alguém chorão, potencializa isso muuuuuuuuuuito e pode começar ter uma idea de quando eu choro. Deixei de assistir comédias românticas por isso.
Minha mente é mais fértil que qualquer outra. Qualquer coisa me inspira a pensamentos insanos. Tive medo de ser doida algumas vezes na minha vida, e ainda acho que sou só uma esquizofrênica funcional.
Adoro conversar e, infelizmente, falo da minha vida pra todo mundo. Ser um livro aberto é uma droga!! Mas não consigo me controlar.
Amo meu melhor amigo como se ele fosse a única pessoa a quem eu pudesse recorrer, por isso recorro tão pouco a ele. Ele sempre me fala a verdade e isso é uma bosta.
Tenho muitos amigos. Gente, como eu tenho amigos!! Amo cada um deles - muito, e agradeço por tê-los. Meus amigos próximos e queridos são parte da minha família. Tenho irmãs, irmãos e mães por ai. Sei que tenho alguns amigos que vão durar para sempre, independente das decisões que eu tome.
Dou um valor maior à amizade por que sou uma pessoa de trato difícil, sou chata e quero ter razão sempre.
Escrevo pra caralho. Não estou dizendo isso para aparecer. Só tenho um talento que Deus me deu, e não o aproveito por pura preguiça.
Acredito em Deus. Sei que Ele tem planos grandiosos e agora, depois de tanta resistência, sei que estou incluída neles.
Falo muito palavrão, e sei que as pessoas ficam um pouco chocadas. Me desculpem, sou assim e não vou mudar para agradar ninguém.
Acredito no amor, acima de tudo. Acho que o amor muda as pessoas para melhor, traz felicidade e alguns cabelos brancos também. Poder dar seu amor para alguém que antes não tinha nenhum vinculo com você e quase ganhar na loteria.
Odeio televisão aberta, cochicho e gente burra. Aprendi amar quem eu não gostava, sei ouvir e sou extremamente fiel a quem eu amo. Distribuo amor (e ódio algumas vezes). Tem algumas pessoas de quem realmente não gosto, maaaaaaas...gosto de pensar que o problema são elas, não eu...(sei que isso não é 100% verdade).
Gosto de me sentir protegida. Odeio me sentir usada.
Odeio essa coisa feminina chamada manipulação, mas a pratico por instinto às vezes.
Quero viver coisas diferentes, aventuras e amores. Por outro lado, quero entrar na igreja de branco e fazer juras de amor.
Acredito no amor que dura para sempre, acredito na bondade humana e no poder de dizer não.
Odeio reality show, Paulo Coelho (porra ele é um alquimista, transformou merda em ouro) e essa ideia cretina de que só se pode ser feliz com dinheiro. Odeio a reforma ortográfica da língua portuguesa (meu Word está desatualizado) e odeio sentir sono e não poder dormir. 
Adoro comer porcaria, odeio sol, adoro piscina. Adoro filmes musicais, Bon Jovi (estou ouvindo agora) e beijo roubado.
Sou chata, prepotente e metida. Sou honesta, boa e inteligente.
Sou uma caixa de surpresas, uma incógnita, uma idiota de marca maior. Adoro ler porcaria, assistir porcaria e faço um monte de besteiras. Sinto saudades do meu pai que morreu, de uma relação que nunca tive de verdade com minha mãe, sinto saudades da minha irmã que mora longe e sinto falta de alguma coisa que ainda não sei o que é.
Gosto da ideia de me sentir especial, mesmo que isso seja uma grande idiotice e sei, no fundo, que sou a melhor e mais decente pessoa que eu posso ser. Quero que Deus me proteja e me guarde e quero ser tranqüila e sossegada ao invés de agitada e doida.
Quero ter coragem de postar esse texto e dizer que já estou com três taças de vinho na cabeça no momento. E que independente de quem eu sou, do que eu fiz e do que me fizeram, eu amo muito ser eu. Amo muito tudo isso.
Amém.