segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Sobre a "Autora"


Bom, tudo no blog é sobre mim, mas entendi que falta intimidade quando escrevo.
Resolvi escrever sobre mim e minha mente começou divagar. Porra, quem sou eu?
First thing about me...adoro livros. Acho que é assim que eu sempre me apresento, como as pessoas me vêem. Eu sou uma pessoa de livros.  Gosto do cheiro, do jeito como eles ficam enfileirados nas prateleiras, da maneira como eles tomam vida e cortam nossos dedos quando são novos, ou nos dão alergia quando são velhos.
Adoro abrir um livro e viver uma história que nunca seria a minha. Sou fã dos autores que conseguem nos fazer se apaixonar por certos personagens, torcer em certas situações.
Além dos livros, adoro a cozinha de casa. Cozinhar é uma paixão, mas não cozinhar por obrigação. Planejar um cardápio de domingo para os amigos, executá-lo, ver as pessoas apreciando... é o máximo. É uma coisa que não faço muito, principalmente porque sou uma pecadora e meu pecado preferido é a preguiça, mas amo cozinhar.
Como mãe, não tenho muita coisa a dizer. Não me acho a melhor mãe do mundo, não sei nunca onde estou errando ou acertando, mas acho meu filho foda. O Eduardo é bonito, inteligente, tem espírito de liderança e puxou pra mamãe nisso e na chatice generalizada.
Nunca foi muito fã de animais até ter o meu cachorro. Meu cão me fez perceber quantos outros existem no mundo, e me faz pensar que nós, seres humanos, somos bobos e cruéis. Todos os dias sonho em ter novos filhotinhos em casa, que vão me dar tanta alegria quanto meu Wilson, e ai lembro da dor de cabeça, sapatos e livros roídos e me lembro que eu não posso me dar o luxo de entrar em uma situação que não posso controlar.
Adoro vinho. Tomar uma taça de vinho sozinha em casa me dá a sensação de que não preciso de ninguém no mundo.
Às vezes (a maioria delas) me sinto como se ainda fosse uma adolescente. Minhas responsabilidades não me pesam. Faço o que tenho que fazer sem culpa ou arrependimento do que passou ou medo do que vai vir.
Sinto sempre que vou receber uma grande mudança na minha vida, e me sinto especial.
Me acho engraçada e feliz. Às vezes eu sei que isso não é verdade, que nem sempre podemos agradar todos, nem nós mesmos, mas mano, eu tento.
Adoro trabalhar, principalmente quando eu posso fazer algo de novo no meu dia. Adoro inventar, pegar no pé de todo mundo até as coisas ficarem do jeito que eu quero, e amo saber que as pessoas me admiram por isso.
Odeio fazer compra sozinha. Ir ao mercado sem um homem é pra mim uma admissão de derrota. Ter quem guardar as compras depois é pior ainda. Acho que é a única coisa que me faz me sentir uma verdadeira fracassada no quesito romance. O restou eu consigo superar.
Não gosto de experimentar roupas em lojas, me irrita. Se eu pudesse levava tudo pra casa, mas como não é possível, sempre que vou comprar uma calça nova, chamo uma vendedora pra dar palpite, e elas às vezes são bem cruéis.
Me sinto gorda 50% do tempo e idiota porque sei que não sou, nos outros 50. Tem dias em que acordo me achando feia, e isso acaba com minha auto-estima por um bom tempo. Tem dias que acordo, me olho no espelho e penso: Porra, eu não podia ser mais gostosa.
Aprendi me vestir-maquiar-arrumar depois de burra velha. Nunca dei importância a isso até começar trabalhar com um bando de meninas frescas (que eu amo!!). Hoje sou quase tão fresca quanto elas.
Ganhar o dia pra mim é quando alguém olha pro meu filho e pergunta se é meu irmãozinho (isso acontece muito, graças a Deus). Me sinto infinitamente mais jovem que os meus quase trinta.
Sou feliz.
Tenho problemas de grana, com familiares e de relacionamento, mas não deixo nada me derrubar mais do que cinco minutos por dia. Nem vale a pena.
Sou chorona. Se você conhece alguém chorão, potencializa isso muuuuuuuuuuito e pode começar ter uma idea de quando eu choro. Deixei de assistir comédias românticas por isso.
Minha mente é mais fértil que qualquer outra. Qualquer coisa me inspira a pensamentos insanos. Tive medo de ser doida algumas vezes na minha vida, e ainda acho que sou só uma esquizofrênica funcional.
Adoro conversar e, infelizmente, falo da minha vida pra todo mundo. Ser um livro aberto é uma droga!! Mas não consigo me controlar.
Amo meu melhor amigo como se ele fosse a única pessoa a quem eu pudesse recorrer, por isso recorro tão pouco a ele. Ele sempre me fala a verdade e isso é uma bosta.
Tenho muitos amigos. Gente, como eu tenho amigos!! Amo cada um deles - muito, e agradeço por tê-los. Meus amigos próximos e queridos são parte da minha família. Tenho irmãs, irmãos e mães por ai. Sei que tenho alguns amigos que vão durar para sempre, independente das decisões que eu tome.
Dou um valor maior à amizade por que sou uma pessoa de trato difícil, sou chata e quero ter razão sempre.
Escrevo pra caralho. Não estou dizendo isso para aparecer. Só tenho um talento que Deus me deu, e não o aproveito por pura preguiça.
Acredito em Deus. Sei que Ele tem planos grandiosos e agora, depois de tanta resistência, sei que estou incluída neles.
Falo muito palavrão, e sei que as pessoas ficam um pouco chocadas. Me desculpem, sou assim e não vou mudar para agradar ninguém.
Acredito no amor, acima de tudo. Acho que o amor muda as pessoas para melhor, traz felicidade e alguns cabelos brancos também. Poder dar seu amor para alguém que antes não tinha nenhum vinculo com você e quase ganhar na loteria.
Odeio televisão aberta, cochicho e gente burra. Aprendi amar quem eu não gostava, sei ouvir e sou extremamente fiel a quem eu amo. Distribuo amor (e ódio algumas vezes). Tem algumas pessoas de quem realmente não gosto, maaaaaaas...gosto de pensar que o problema são elas, não eu...(sei que isso não é 100% verdade).
Gosto de me sentir protegida. Odeio me sentir usada.
Odeio essa coisa feminina chamada manipulação, mas a pratico por instinto às vezes.
Quero viver coisas diferentes, aventuras e amores. Por outro lado, quero entrar na igreja de branco e fazer juras de amor.
Acredito no amor que dura para sempre, acredito na bondade humana e no poder de dizer não.
Odeio reality show, Paulo Coelho (porra ele é um alquimista, transformou merda em ouro) e essa ideia cretina de que só se pode ser feliz com dinheiro. Odeio a reforma ortográfica da língua portuguesa (meu Word está desatualizado) e odeio sentir sono e não poder dormir. 
Adoro comer porcaria, odeio sol, adoro piscina. Adoro filmes musicais, Bon Jovi (estou ouvindo agora) e beijo roubado.
Sou chata, prepotente e metida. Sou honesta, boa e inteligente.
Sou uma caixa de surpresas, uma incógnita, uma idiota de marca maior. Adoro ler porcaria, assistir porcaria e faço um monte de besteiras. Sinto saudades do meu pai que morreu, de uma relação que nunca tive de verdade com minha mãe, sinto saudades da minha irmã que mora longe e sinto falta de alguma coisa que ainda não sei o que é.
Gosto da ideia de me sentir especial, mesmo que isso seja uma grande idiotice e sei, no fundo, que sou a melhor e mais decente pessoa que eu posso ser. Quero que Deus me proteja e me guarde e quero ser tranqüila e sossegada ao invés de agitada e doida.
Quero ter coragem de postar esse texto e dizer que já estou com três taças de vinho na cabeça no momento. E que independente de quem eu sou, do que eu fiz e do que me fizeram, eu amo muito ser eu. Amo muito tudo isso.
Amém.

4 comentários:

  1. Com certeza, sua vida é um livro aberto. Você fala o que pensa sem se importar muito com as consequências de suas palavras. Pelo que pude perceber o mais importante para você é ser sincera consigo mesma, e acho que você está certa ao fazer isso. Contudo, pode-se notar que por detrás desta mulher sem medo de se expor, existe uma garotinha assustada esperando por proteção. Adorei seu texto. Parabéns pela coragem.

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  2. Adorei isso: "Odeio reality show, Paulo Coelho (porra ele é um alquimista, transformou merda em ouro)".

    Entre semelhanças e dessemelhanças, acho que a gente se daria bem, fora do mundo virtual.


    bj, cherry!

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  3. Hum... finalmente ela decidiu escrever sobre si para o mundo!
    Esta é, de fato, a Cher que se deixa conhecer para mim. No entanto, eu acrescentaria ainda outras qualidades bastante refinadas e que ficam simplesmente lindas nela: ironia, sarcasmo, olhar penetrante, presença de espírito, voz mordaz, coragem e dedicação.

    Entretanto... nunca nos esqueçamos que Cher é uma escritora, e que todo escritor é um criador de realidades que não existem, ainda que muitas vezes essas realidades por eles criadas sejam mais reais que a realidade em que vivemos. Tenhamos sempre em mente as palavras oraculares de São Fernando Pessoa:

    O poeta é um fingidor.
    Finge tão completamente
    Que chega a fingir que é dor
    A dor que deveras sente.
    E os que lêem o que escreve,
    Na dor lida sentem bem,
    Não as duas que ele teve,
    Mas só a que eles não têm.
    E assim nas calhas de roda
    Gira, a entreter a razão,
    Esse comboio de corda
    Que se chama coração.

    Beijos Cher!

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