Adoro os escritores ingleses.
Não entendo bem o por que deles escreverem tão bem, mas é um fato, pelo
menos para mim. Parece que tudo que os ingleses se propõem a escrever, o fazem
bem. Talvez tenha relação com eles viverem isolados do continente, ou apenas
com o fato de a cultura e história deles ser tão complexa e forte, mas o fato é
que tenho uma queda por escritores da nossa amada Inglaterra (e seu quintal).
Posso citar vários, mas quero falar dos mais conhecidos. Sir Arthur
Conan Doyle.
Eu cresci com o Sherlock Holmes. E quis ser detetive por muito tempo por
causa dele. Sherlock Holmes é um personagem extremante complexo, intrínseco e
focado. De tudo isso, eu sou só complexa, mas não de um jeito tão cool quanto é
nosso querido detetive-referência–para-todos-os–detetives-do-mundo.
Acho que foi a partir dos textos do Conan Doyle que resolvi escrever. As
aventuras de Holmes eram tão legais! A primeira que li foi O Cão de
Baskerville. Alguém me disse que era uma historia de terror. Claro que não! Uma
historia de detetive, quando eu tinha catorze anos e uma mente super fértil.
Foi o máximo. Li todos antes de completar quinze.
Ainda nessa linha, conheci algum tempo depois a rainha do crime, vulgo
Agatha Christie. Já falei dela aqui, e adoro tanto a mulher quando sua
história. Não foi só a Mary Shelley (outra inglesa fantástica) que escreveu um
livro a partir de uma aposta. Olha como os ingleses são fofos, apesar dos
dentes horríveis! Estamos entediados, está nevando e o chá acabou! Vamos
fazer uma aposta, quem escreve o melhor livro!
Meus olhos brilham de tanto amor por essas pessoas inteligentes.
E engraçadas.
Vai, quem assistiu Monty Python sabe do que estou falando. O lindo,
discreto (não tão discreto em Monty Python) e inteligente humor inglês. Vide Douglas
Adams e Terry Pratchett. Um dia, em minha imensa sabedoria, escreverei um post
completo sobre o Discworld do Pratchett, mas por enquanto, tenho que dizer que
esses dois carinhas deveriam ganhar prêmios de melhores comediantes do mundo.
Desse mundo, do Disco e de toda a galáxia, com toalha ou não.
Ler um texto do Pratchett (que considero melhor que o Adams) é algo
orgástico. Você já riu sozinho lendo alguma coisa, tipo, de cinco em cinco
minutos? É por que você não leu Pratchett. Ele conseguiu pegar elementos de
todo o mundo e encaixar em um mundo que é, na verdade, um negativo do nosso,
onde as falcatruas que nós cometemos à surdina são feitas descaradamente, e ai
de quem reclamar. Os personagens do Pratchett são extremamente caricatos e bem construídos,
e nós acabamos virando fã deles. Há uma cena em que podemos ver os deuses
brincando em um tabuleiro em que as peças são seres humanos. Legendário!
Depois temos os fundadores da fantasia. Tolkien e os Lewis (CS, irlandês)
e o pedófilo(?) Caroll. Se alguém me disser que existe um livro mais completo
que O Senhor dos Anéis, eu não acreditarei. Comparo O Senhor dos Anéis com as
epopéias. É a coisa mais linda. Tolkien construiu um mundo a partir do nada e o
povoou, lhes deu línguas, genealogia e história. The Lord of the Rings só
perde, ao meu ver, para as bíblias (sim, no plural, de várias religiões).
Tolkien é um tipo de deus que montou seu mundo com papel. E depois veio o Peter
Jackson e transformou em um filminho pretty cool.
Estou terminando de ler a última crônica de Nárnia e adorei a alegoria
cristã misturada com aventura e gostinho de infância. Nárnia é o lugar onde eu
gostaria de ir. É a história que contarei para minha filha, se eu a tiver (meu
filho foi criado com Cebolinha, o que também é muito bom). Já meus filhos lerão
Alice só depois de grandes...
Depois temos o Neil Gaiman, pai do Sandman e de todas as coisas sombrias
que podem passar pela sua mente. O Gaiman não pode ser normal. Definitivamente.
Mas é um escritor do caralho. Além de escrever bem, tem a mente mais fértil que
existe na Inglaterra de atualmente. Ler Gaiman para mim tem um efeito parecido
com usar drogas. LSD, maybe (e podemos por o Caroll aqui também). Consigo
viajar nas histórias dele como se não houvesse amanhã. Vide Deuses Americanos.
**
Também tem um terrorzinho, claro. Peter Straub. Conheci Peter Straub
através de Talismã, que ele escreveu com Stephen King, e não parei mais. Li
alguns de seus livros, o melhor livro de terror ever é dele (Ghost Story) e tenho
que admitir que nenhum de seus livros é fácil. Quer ficar deprimido,
decepcionado com sua condição de ser humano e sem esperanças de dias melhores?
Leia Peter Straub. Ainda bem que o cara escreve terror, por que se fosse
filósofo, muitas pessoas iriam começar meter balas na cabeça. Mais uma coisa
legal nos livros do Straub é a superação. Tipo, se você consegue passar da
página 30, o livro rende que é uma beleza. Tive que ler um livro dele seis
vezes para conseguir criar coragem e terminar. Mas valeu totalmente a pena.
E quando falamos de terror, falamos do Poe! Adro Poe pela sua
simplicidade. Pra mim, ele foi um cara muito a frente do seu tempo e
revolucionou a maneira como um texto poderia ser escrito. Um conto do Poe
equivale a um romance pretensioso qualquer dia da semana. Nem sei se é justo
colocar Poe no meio dessa listinha maluca, já que ele está alguns passos acima
desses deuses que homenageei ai em cima. Mas ele tem um lugar no meu coração,
assim como...Blake! eu só li The Marriage
of Heaven and Hell para meu TCC, mas é um dos autores que quero ler muito
antes de morrer (O_o)
Além desses temos Bram Stoker ( e a copycat Anne Rice), Emily Brönte,
Oscar Wilde, Irving..
H.G Wells que revolucionou o mundo com suas ideias futuristas...
E dois de que nem me atrevo falar: Shakespeare e Dickens.
"Podes dizer-me, por favor, que caminho devo seguir para sair daqui?
Isso depende muito de para onde queres ir - respondeu o gato.
Preocupa-me pouco aonde ir - disse Alice.
Nesse caso, pouco importa o caminho que sigas - replicou o gato."
Isso depende muito de para onde queres ir - respondeu o gato.
Preocupa-me pouco aonde ir - disse Alice.
Nesse caso, pouco importa o caminho que sigas - replicou o gato."
Retirado de Alice
Muito bom seu texto,eu não conheço muito, mas só queria fazer uma observação. Quando você menciona que Sherlock Holmes é uma referência para todos os detetives, você não se esqueceu de mencionar o Dupin de Poe, visto que este é uma influência clara de Holmes. Gostei do final também, onde você apenas menciona alguns nomes, afinal Emily Brönte, Oscar Wilde e Bram Stoker dispensam comentários.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirOps, deletei sem querer o comentario
ResponderExcluirStraub é americano