Quando vi que a Objetiva ia
lançar Sob a Redoma no Brasil, fiquei louca. Estava morrendo de vontade de ler
alguma coisa no estilo novelão de King e eis que fui agraciada com uma grande
surpresa. Os livros mais recentes de King (incluindo Love, Cell e Duma Key,
além do finalzinho de Torre Negra) tem um grande defeito pra mim: a enrolação.
Celular foi um dos livros que eu menos gostei do mestre, seguido por Love
imediatamente. Duma Key tem uma vantagem enorme sobre eles por ser uma história
muito interessante, mas eu senti nesses livros todos e em grande parte da Torre
que Stephen King estava enchendo linguiça.
Uma pessoa capaz de escrever um
livro com quase mil páginas como IT e Dança da Morte, acaba sendo um pouco
prolixo e confiante demais. Porra, todos nós sabemos que ele quer derrubar
arvores, mas a Torre Negra ficaria tão bem em apenas quatro livros que...bem,
vamos voltar ao Sob a redoma.
Quem é fã é fã e eu decidi ler o
livro, já que tinha lido a premissa e me perguntado: que porra esse homem
escreveu em quase mil paginas sobre um Zé povinho preso debaixo de um vidro?
E não é que ele escreveu bem
demais? Sob a Redona trouxe de volta o estilo “sem o pé no freio” de King, que
encontramos em O Ilumidado e Zona Morta (quase todos os livros antes de meados
de ’90, na verdade). Você começa ler e não consegue parar. O livro não tem
extras chatos, detalhes insignificantes e embromation. O livro é um singelo tijolo
que só diz o essencial. Tudo é
essencial, certo?
História de uma pequena cidade no
Maine, que fica pertinho de Castle Rock,
e de um segundo para o outro fica presa sob uma redoma. Essa redoma cobre
exatamente os limites da cidadezinha e é indestrutível.
Quam está fora não entra, quem
está dentro...ah, entendeu, certo.
Dentro de Chester Mill temos um político
com manias de grandeza que rapidamente evoluem para algo parecido com um
ditador, temos o pessoal do bem e temos sim(!), um serial Killer.
Lembro quando li Dança da morte e
– olha o SPOILER – existia uma gang de estupradores/torturadores que
sequestrava e mantinha as mulheres sobreviventes em cativeiro – fim do Spoiler –
e pensei: poxa, os últimos seres humanos da terra e um bando de filhos da puta
faz uma coisa cretina dessas? E ai chega o tio King e mostra que as pessoas
boas podem se mostrar cegas e irracionais em momentos de desespero. (mostra
isso muito bem em Trocas macabras também).
Sob a Redoma é uma história de
uma cidade enlouquecendo, rapidamente. A história de ratinhos presos em um
labirinto, ou melhor, formigas em um formigueiro. Eu estou relamente surpresa de ter gostado
tanto. Sempre que leio um livro recente do king, já começo com um pé atrás.
Leiam pessoas, que esse vale a
pena. Pra não dar spoiler termino aqui,
com três Ps’s.
Ps¹: Os xingamentos à Obama devem
traduzir muito bem o que algumas pessoas pensam dele no sul.
Ps²: se liga na maneira como a
religiosidade pode ser manipulada para chegar onde as pessoas querem.
Ps³: O King definitivamente não
sabe qual é o alcance da internet. (quem leu sabe por que )
Eu amo o King!! E confesso que também amei menos as suas publicações recentes, mas, Sob A Redoma tá tão bom que até esqueci disso(rs). Estou lendo economicamente e mesmo ainda no início (cerca de 200 fls - Ah não, 200 a menos!!!) também considero o livro imperdível...
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ResponderExcluirna dança da morte acontece como em ensaio sobre a cegueira, as pessoas ruins continuam sendo ruins. e eu penso que isso acontece na nossa realidade mesmo. só um exemplo: a fome no mundo é um problema que já era pra ter sido solucionado. mas quem tem poder pra isso prefere gastar construindo armas e outras bobagens.
ResponderExcluirAcabei de ler, tou meio tonto ainda, não sei o que achar sobre o final e sobre alguns erros que vi ali... Mas no geral foi uma experiencia muito boa le-lo!
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