segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Great Scott and Holy Shit!


Poucas coisas me confundem tanto na ficção como a Viagem no Tempo.
Tipo, não consigo entender uma pessoa viajar no tempo, voltar pra um futuro alterado e não lembrar do que aconteceu no seu passado mesmo que, supostamente, tenha vivido aquelas coisas. Mas não vou ficar batendo nessa tecla por muito tempo porque, hoje, quero falar do filmes mais legal que já vi na vida, que sempre adorei e que, sim, me deixa perplexa muitas vezes. Back to the Future.
Vou falar da trilogia como se fosse apenas uma longa história contada em três partes, pois não consigo considerá-la de outra forma.
Os personagens: Acho muito legal como se dá a relação dos personagens no filmes. Primeiramente, não creio que Marty tivesse conhecido o Dr. Brown se Marty não tivesse viajado para 1955 quando estava em 1985 e tenha conhecido o Dr. Do passado. Oo.
Aí eu me confundo. Afinal, se Marty não tivesse voltado ao passado, o Dr. Brown provavelmnete não teria contruído a máquina do tempo no Delorian. (aqui a primeira curiosidade – originalmente o Delorian deveria ser uma geladeira. Os produtores mudaram de ideia pois pensaram que as crianças poderiam querer entrar nas geladeiras de casa depois de ver o filme).
Enfim, o primeiro contato do Dr. Emmet Brown com Marty de dá em 1955, quando os pais de Marty nem se conheciam. Quando Marty viaja no tempo pela primeira vez, ele sai do estacionamento de uma loja chamada Twin Pines (Pinheiros gêmeos) e quando passa para o ano de 1955 é lavado à uma fazenda, onde o estacionamento seria construído no futuro. Mas nosso Marty derruba um dos pinheiros com o Delorian, e quando ele volta para o futuro, a placa do estacionamento é One Pine. Esse é um dos detalhes que mostra que Marty voltou para uma realidade diferente da que saiu, tipo, um futuro alternativo, em que ele não se lembra exatamente de sua infância, por que algumas atitudes que ele incentivou seu pai a tomar no passado fez com que o futuro de sua família fosse alterado. Ele não sabia, por exemplo, que tinha um carro (que era o desejo de consumo antes da viagem). Estou sendo confusa?
Bom, o que eu gosto no filme é como todas as explicações ficam amarradas uma à outra, de modo que quando assistimos com atenção, podemos pescar certos detalhes muito legais, como o lance dos pinheiros, ou quando Marty joga um jogo de tiro no fliperama no futuro (com o lindo Elijah Wood) e depois joga tiro ao alvo do mesmo jeito no velho oeste, ou como o relógio da torre faz parte da história de Hill Valley. Além disso temos as homenagens. Marty é Calvin Klein em 1955 e Clint Eastwood em 1885. Podemos ver referencias frequentes a Pepsi e a Nike, em todas as realidades Hill Valey tinha um posto Texaco. Além disso, há brincadeiras não tão sutis, como a propaganda sobre o filme Tubarão 19, do próprio Spielberg que, segundo Marty, continua não parecendo de verdade.
Gostar de Back to the Future é fazer uma homenagem aos lindos anos 80. E o mais incrível é que assistir a versão remasterizada do filme dá a impressão de que a película é muito mais recente.
Agora, vamos falar das coisas épicas.

A primeira é Marty tocando na festa de formatura de seus pais. Melhor cena do filme, Johnny B. Goode! (sem falar que ali podemos saber como o Chuck Berry teve a “ideia” para a música). Nota: podemos até dizer que Johnny B. Goode não tem autor, já que Marty aprende com Chuck, e Chuck aprendeu com Marty. Se Marty não tivesse viajado no tempo, Johnny B. Goode não existiria. (weird).
Outra cena que gosto bastante é a perseguição, no futuro, com os super-skates-voadores. Aquilo é o máximo, assim como os tênis e a jaqueta (que seca sozinha) ajustáveis. A cena da perseguição em 1955, quando Marty quebra o carrinho do menino para fazer um skate de madeira também é demais, e com um extra: Biff e o esterco. Cena que se repete nas duas partes seguintes do filme. (uma curiosidade – todos os membros, em todas as épocas, da família Tenen foram representados pelo mesmo ator) e toda vez que vejo esse ator em qualquer filme com o Thomas F. Wilson eu morro de raiva dele. =]
Quando Marty representa Darth Vader, com ajuda do Van Halen para convencer George Mcfly à convidar Lorene para o baile, orgástico. A cena é muito mais comprida e pode ser vista em extras e na internet da vida.
No fim das contas podemos dizer que Back to The Future é uma coleção de referencias Pop muito bem montadas e dispostas de forma inteligente. Provavelmente cada vez que assisto percebo uma coisa que não tinha visto anteriormente e eu nunca canso de ver.
As imagens que estão pelo post foram colecionadas e são super divertidas. Abaixo uns links bacanas.
O post é para o @mbrabilla. Claro. 


Sobre a expressão preferida do Dr. Brown - http://en.wikipedia.org/wiki/Great_Scott


3 comentários:

  1. Na verdade, levando em consideração as diversas teorias de viagem temporal, Back to the Future forma a trilogia mais sensata sobre o tema nos cinemas. Apesar de Marty alterar o futuro - e faz isso diversas vezes - tais mudanças acabam se mesclando à linha do tempo e se tornando fato no "agora absoluto". De fato, deveríamos entender que ele passa a existir em uma dimensão alternativa, tal como ocorre no 2º filme, quando seu pai é o próprio Biff. De maneira geral os paradoxos são explicados e aceitáveis, coisa que não consigo engolir em Exterminador do Futuro, já que o Exterminador é enviado ao passado para eliminar Sarah Connor. O interessante é John nasceu porque Kyle Reese voltou no tempo para proteger Sarah e acabou engravidando-a. E aí temos um paradoxo absurdo. Se o Exterminador não fosse enviado, Kyle também não teria conhecido Sarah, John não teria nascido e não seria líder de resistência alguma, já que Sarah também não o treinaria para isso e a Skynet não existiria também, porque não haveria tecnologia do 1º Exterminador para desenvolver o sistema de defesa, que mais tarde se rebelaria para acontecer tudo o que aconteceu até então. Bom, a questão é: Se tudo isso ocorreu porque havia a Skynet e havia um líder da resistência, como eles puderam surgir antes dos eventos do primeiro filme?

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  2. E falando em viagem no tempo, eis uma questão muito interessante sobre o tema:

    O paradoxo do avô

    Situação: Você viaja numa máquina do tempo décadas atrás para encontrar seu avô ainda criança e o mata antes de conhecer sua avó, o que faz com que um de seus pais não existam e você não nasça.
    Mas, se você nunca existiu, então não poderia ter voltado ao passado para matar seu avô.
    Portanto, quem matou seu avô?

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  3. A trilogia em questão é muito boa. Estes são filmes que dependendo da forma como você assistir o resultado será surpreendentemente diferente. Digo isso porque eles atendem, primeiramente, a finalidade da qual se destinam, o entretenimento e depois, como você mesma observou, trata-se de uma trama bem amarrada com uma enorme gama de referências, o que faz com que muitos se interessem pelo filme e tentem descobrir e ligar todos os pontos mencionados. Porém, tentar entender ou mesmo explicar a questão na viagem no tempo pelo filme é muito arriscado, isto envolve a questão de diferentes realidades, diferentes linhas do tempo, entre outras, ou seja, o buraco é mais embaixo. De qualquer forma, o texto ficou muito bom.

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