quarta-feira, 7 de março de 2012

Os deuses de Martin - Crônicas de Gelo e Fogo


As mitologias existentes nas Crônicas de Gelo e Fogo são excelentes.
Existem muitas terras, e com elas, vários deuses. Uma coisa que tenho notado, na leitura deste quarto livro é como a questão religiosa foi crescendo durante a trama.
Em GdGeF cada povo tem suas próprias crenças, e Martin consegue tratar essa situação de maneira muito interessante. Em vários aspectos, as diferenças religiosas são aceitas, ou pelo menos toleradas, mas com o desenvolvimento da história, como avanço da guerra, com as modificações de poder, as tolerâncias estão terminando.
Dois aspectos interessantes da religião em GoT são as ideias do Deus único e do Deus afogado.
Primeiramente podemos dizer que as crenças religiosas se adaptam ao local onde as pessoas vivem. Os deuses árvores com cara de coração são os reis do norte, onde existem florestas vastas e muitas árvores. O Deus Afogado é um deus do mar, adorado pelos moradores das ilhas de ferro.
Gosto muito da concepção do Deus Afogado. Ele se encaixa perfeitamente na maneira como os homens de ferro vivem. Através de seus sacerdotes (e o principal deles, Cabelo Molhado, é muitíssimo devoto) o Deus Afogado fala, e sua maneira de se comunicar é através das ondas. Fiquei muito surpresa com a maneira como Martin apresenta os rituais para o Deus Afogado. O povo das Ilhas de Ferro vive quase que exclusivamente do mar. Existem capitães e tripulação em centenas de navios. Um povo que vive do mar, não pode ter medo dele, e para isso os sacerdotes afogam os devotos, transformando-os em parte do mar. O ritual de afogamento e ressuscitação dá a ideia ao devoto de que ele sobreviveu ao mar. E que depois disso ele tem que temer outros perigos, mas não aquilo pelo que já passou. É uma ótima lavagem cerebral, uma concepção extremamente interessante e que se cerca de outras ideias também interessantes, como a de que o último lar de um devoto é embaixo do mar (literal e figurativamente). Um homem devoto terá seu lugar no reino embaixo do mar depois de sua morte terrena e por isso não tem que temer nunca a morte. Essa ideia religiosa funciona muito bem para criar homens destemidos para a guerra. Os homens de ferro são grandes lutadores.
Há outros deuses, e para mim o que é mais interessante é R'holor. Ele é o chamado deus único e seus sacerdotes são os mais intolerantes de todos os sete reinos. Na verdade os sacerdotes vermelhos incitam a intolerância e fazem guerra através do nome do deus. Nesta seita, existe o deus e seu oposto. A chama e luz e a escuridão. Lembra o que mesmo?
Um dos reis que está reclamando o reino é Stannis. Ele segue, um pouco a contra gosto acredito, Melissandre, que é uma sacerdotisa vermelha com poderes realmente grandes. Existe magia em Melissandre e ela deve essa magia (negra, ao meu ver) ao seu deus único. No momento Stannis usa em suas armas o símbolo do veado (que é o símbolo de sua casa) misturado com o vermelho do deus R'holor.
A batalha em GoT está cada vez mais focada em motivos religiosos. Os sacerdotes dos sete reinos estão pegando em armas e a guerra fez com que muitos templo e pessoas santas fossem conspurcados.
Cada vez mais eu vejo As Crônicas de Gelo e Fogo como uma paródia da vida real. Com os menos ideais distorcidos. Acredito que em algum momento essa Jihad se torne o foco principal da luta e ai, que os Sete nos protejam.

4 comentários:

  1. Religião é um assunto complicado mas quando tratado no meio literário ela se torna mais palpável. Estou apenas no começo do terceiro livro que não pego a semanas, estou meio que sem tempo, porém pode-se notar a importância dada á religião por Martin, reinos se movem de acordo com suas crenças, é interessante ver como os personagens se portam diante disto. O que não é muito diferente da vida real.

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  2. Qual é o nome dos deuses no norte, se eu não me engano, em A guerra dos tronos, um dos personagens falam da existência de três deles, um abutre e os outros dois não me recordo, você se lembra?

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  3. Qual é o nome dos deuses no norte, se eu não me engano, em A guerra dos tronos, um dos personagens falam da existência de três deles, um abutre e os outros dois não me recordo, você se lembra?

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  4. Sei que o reino do norte tem como divindades as florestas, com as árvores coração e os sete deuses:
    O Pai: representa julgamento. Carrega balanças e é evocado por aqueles que pedem justiça.
    A Mãe: representa a maternidade e o carinho. Ela é clamada para aqueles que necessitam de fertilidade ou compaixão.
    A Velha ou Senhora: representa a sabedoria. Ela carrega uma lanterna e é evocada quando se precisa de orientação.
    O Ferreiro: representa o artesanato e o trabalho. É geralmente evocado por aqueles que precisam concluir um trabalho.
    A Donzela ou Virgem: representa a inocência e a castidade. É geralmente evocada para proteger as virtudes de uma donzela.
    O Guerreiro: representa a força na batalha, é clamado por aqueles que pedem a vitória.
    O Estranho: uma exceção para os outros aspectos, representa a morte e o desconhecido. Adoradores raramente procuram o favor do estranho, mas às vezes marginalizados se associam a este deus.

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