Li uma frase hoje, que me fez pensar.
É a frase do título aí em cima.
Acho que, se sou quem sou hoje, muito se deve aos livros que li. E ao hábito de ler.
Por muito tempo a leitura foi usada por mim como escape de coisas que não estavam de acordo com o que eu queria. Creio que até hoje deixo uns livrinhos fáceis na prateleira para ler em momentos em que estou triste ou deprimida. Com o tempo, claro, surgiu a curiosidade de conhecer mais sobre aqueles lugares em que as histórias se passavam, depois sobre as épocas em que as coisas aconteciam, depois sobre...bem, por aí vai.
O hábito da leitura me mudou, de uma maneira positiva. Claro que, para as coisas aconteceram, temos que fazê-las acontecer, mas a escolha da minha graduação foi muito influenciada pelo meu gosto por livros.
Melhor ainda que ler, é poder discutir essa leitura. (Thanks internet...you gimme fóruns!!).
Quando começamos falar de livros, de histórias, acabando discutindo e repensando coisas importantes, como sentimentos, intenções e a própria alma daquela obra.
Meu amigo, orientador e mestre (=]) Cido passou me a ideia de que a um livro de torna uma “entidade autônoma” quando o criador põe nele um ponto final.
Nós interpretamos os livros, como interpretamos pessoas. Uma história pode ser boa porque nos identificamos com ela, ou pode ser nojenta, dependendo do momento que estamos passando. Um livro que nos causa repulsa pode ser um bom livro, afinal, ele mexeu com nossos sentimentos. Livros são como pessoas...nós não vemos o que realmente está lá, mas aquilo que queremos ver. Cada vez que abandonamos um livro (LIVRO!!Não LIXO) ele mexeu conosco. Cada vez que choramos com uma personagem é porque sentimos o sofrimento dela. A personagem se torna real naquele momento. Ela é você. Você é o livro.
Existem livros, personagens, histórias, escritores (de verdadinha, não “escritores”) que você ama, ou odeia. Existem livros que te deixam deprimido. Existem histórias que te fazem pensar, personagens por quem você se apaixona ( e fica triste quando percebe que o livro está acabando)...existem livros que te prendem e te fazem mudar a maneira de pensar...sua visão do mundo pode mudar a partir de certos textos.
Infelizmente hoje não leio como antes (por isso estou aprendendo selecionar), mas o ato de pegar um livro e abri-lo te faz passar por experiências únicas. Por isso eu recomendo...faça de um livro seu amigo.
=]
DEMAIS Cher! A-MEI!
ResponderExcluirÉ isso!!! A essência da leitura é isso que você explica tão bem nesse post.
Só um escritor poderia explicar a leitura dessa forma, minha amiga...
É isso também a essência de um livro: ele é um ser existente. Ele é de verdade: o texto que ele comporta é de verdade, é uma coisa viva, um ser de palavras estranhamente vivente por si próprio. É o Livro de Areia de que Borges fala, é o Livro Infinito de que Mallarmé fala, é o Aleph...
By the way, os textos de Kafka me deixam deprimido... aliás, eles têm o poder de me fazer sofrer dentro de mim mesmo. Eu não consigo ler mais "A metamorfose". Também não consigo ler mais os contos "Na colônia penal" e "Diante da lei". Eles me fazem odiar a mim mesmo de uma maneira terrível.
Sim... eu destesto Kafka por causa disso.
Abração!
Grande post! Gostei da sua argumentação, dizer algo como "Livros são como pessoas...nós não vemos o que realmente está lá, mas aquilo que queremos ver." é de fato bem intenso. Seguindo esta linha de pensamento, o livro é um ser vivo, é aquele amigo que esta sempre presente, que te ensina algo novo, que te conforta que te faz sentir melhor ou as vezes acaba te deixando nervoso, mesmo que essa não fosse a intenção dele. Pena que poucas pessoas tenham consciência disso, fazer o que, não sabem o que estão perdendo.
ResponderExcluirBeijos!